NEVOLD: conheça o projeto de moda circular da Chanel
De olho na circularidade, a Chanel acaba de lançar a NEVOLD, uma nova plataforma criada para pesquisar materiais regenerativos e encontrar soluções mais sustentáveis para a moda de luxo.
A ideia é repensar tudo, desde os tecidos usados até como as peças são produzidas, focando em circularidade, inovação e menos impacto ambiental. Essa novidade nos mostra que até as maiores maisons estão percebendo que o futuro da moda precisa ser mais consciente, e é um ótimo termômetro das mudanças que a indústria da moda vem enfrentando.
NEVOLD: o novo laboratório da Chanel e o futuro (possível) da moda de luxo
Enquanto muitas marcas ainda buscam entender como unir sustentabilidade e sofisticação, a Chanel avança com um projeto inédito e promissor. Lançada recentemente,a NEVOLD surge como uma plataforma de inovação dedicada à circularidade e ao desenvolvimento de matérias-primas regenerativas. A sigla, formada a partir de “Never Old”, sintetiza o propósito do projeto: dar nova vida a insumos e redefinir a longevidade no mercado de luxo. Ao lado das divisões de moda e Métiers d’Art, NEVOLD ocupa agora um lugar estratégico dentro da arquitetura institucional da Chanel.
Assim, logo de cara o laboratório recém-lançado pela Chanel mostra que é mais do que uma jogada de branding ou uma resposta tímida à onda sustentável. Ele representa uma mudança real de rota no setor do luxo. E chega num momento em que o mercado já não tem mais tempo a perder.
Imagens: Reprodução / Chanel
Criado para desenvolver matérias-primas regenerativas, testar soluções de baixo impacto e reinventar insumos tradicionais como seda, algodão e couro, o projeto é independente da maison, mas financiado por ela com um investimento estimado entre 50 e 80 milhões de euros. Desse modo, a NEVOLD nasce com uma meta clara: preparar a cadeia produtiva da Chanel para um futuro onde as exigências por transparência, circularidade e responsabilidade socioambiental não serão mais opcionais.
O futuro é circular
A iniciativa não foca em lançamentos comerciais, tampouco funciona como uma campanha de marketing. O que NEVOLD propõe é a criação de soluções reais, com aplicabilidade técnica e impacto mensurável. Hoje, cerca de 30% das bolsas Chanel utilizam reforços internos com couro reciclado. Em calçados, metade dos saltos já é produzida com materiais reaproveitados. A ideia é que, a cada ano, o laboratório consiga lançar novos insumos e testar sua aplicação em escala, mantendo um ciclo contínuo de inovação.
Esses números ainda crescem de forma progressiva. Mas o dado mais relevante é a forma como isso tudo se conecta ao design. Nada parece adaptado ou improvisado. A NEVOLD opera com autonomia criativa e dialoga com setores diversos, como hotelaria e design industrial, ampliando seu escopo e reforçando o papel da Chanel como protagonista de um novo paradigma para o luxo regenerativo.
Mercado da moda em constante evolução
Imagens: Reprodução / Chanel
Nos bastidores da indústria da moda, há um consenso que vem ganhando forma silenciosamente. O modelo atual está esgotado. Em 2025, mais de 80% das matérias-primas usadas pela Chanel, como cashmere, lã e couro, enfrentam pressões crescentes causadas por mudanças climáticas, controle de qualidade e gargalos na cadeia global. Enquanto isso, a regulamentação europeia avança com novas exigências sobre resíduos e rastreabilidade. Ademais, a consumidora está cada vez mais informada e exigente, principalmente nas gerações Y e Z. Esse cenário reforça a urgência de transformações.
Foi nesse contexto que Bruno Pavlovsky, presidente de moda da Chanel, declarou que, se a maison não começar agora, nunca estará pronta para o que vem pela frente. Essa fala é reveladora. Mostra que o luxo precisa evoluir não apenas por consciência ecológica, mas por estratégia de sobrevivência.
A grande questão é saber se é possível fazer luxo circular e ainda assim gerar desejo no consumidor. A Chanel acredita que sim. E essa crença está sendo compartilhada por outras maisons como Hermès, Loro Piana e Gucci. Todas têm apostado em biotecnologia, agricultura regenerativa e reaproveitamento inteligente de matéria-prima. No entanto, o que diferencia a NEVOLD é justamente seu modelo independente de pesquisa e a abertura para especialistas externos. Isso acelera descobertas e favorece colaborações que não estariam ao alcance em estruturas mais fechadas.
NEVOLD inaugura um novo capítulo no mercado de luxo
Imagens: Reprodução / Chanel
Até pouco tempo, sustentabilidade era vista como um diferencial. Agora, ela se torna um pré-requisito. Mas, dentro do universo do luxo, não basta fazer certo. É necessário fazer com desejo. A Chanel sabe que o luxo não pode perder sua aura. Por isso, o desafio da NEVOLD vai além da pesquisa técnica. Ele passa também pela estética, pelo design e, sobretudo, pela experiência de consumo.
O papel da NEVOLD não será apenas criar tecidos de baixo impacto. Ele estará em transformar esses materiais em objetos de desejo, mantendo os padrões de excelência que fizeram da Chanel uma referência mundial. Assim, o projeto ganha força e propósito.
No fim das contas, NEVOLD é um laboratório. Mas também é um manifesto. Um sinal claro de que o luxo precisa se reinventar, não por tendência, mas por necessidade. E como toda revolução silenciosa, ela começa nos detalhes. Está na trama da seda, na origem do algodão, na estrutura de um salto. E principalmente, na visão de que é possível construir um futuro regenerativo, sem abrir mão da beleza.
Conclusão
Se há algo que a NEVOLD deixa claro, é que a moda de luxo está entrando em uma nova era. E essa transformação vai muito além de discursos de marketing ou coleções pontuais. Afinal, o que a Chanel propõe é uma reconfiguração profunda da forma como o luxo é pensado, produzido e consumido. E isso importa porque, mais do que uma resposta às pressões do mercado, trata-se de uma tomada de posição com impacto real e duradouro.
Para quem ama moda, essa mudança reflete muito mais do que uma tendência passageira. É um sinal claro de que o jeito de consumir roupas está evoluindo e que as grandes marcas também estão se adaptando para oferecer peças que unam desejo e impacto positivo. Assim, vestir um look incrível deixa de ser só sobre estética e vira um ato de conexão com valores que importam de verdade.
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